quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Senado quer ser modelo de inclusão social para pessoas com deficiência

Senado
Por: Kleymara Kopavnick

Foto de Andrea Schwarz
Com o objetivo de fazer do Senado Federal a instituição pública modelo em inclusão social para pessoas com deficiência, a empresa i-Social, especializada em consultoria para soluções em inclusão social, foi solicitada para avaliar a atual situação da Casa, nas questões relativas à acessibilidade de pessoas com deficiência.

Durante visita de uma semana, os profissionais da empresa de consultoria social realizaram entrevistas e pesquisas com servidores e visitantes e conversaram com senadores. A consultoria também avaliou projetos de mudança nas estruturas arquitetônicas e ações de promoção de acessibilidade e inclusão das pessoas com deficiência, já realizadas pelo Senado.

Na quarta-feira (07 de junho) o Programa de Valorização da Pessoa com Deficiência do Senado realizou mais um evento. A mostra fotográfica Imagens da Inclusão retratou pessoas com deficiência em situações cotidianas de trabalho, lazer, convívio familiar, etc. Ao expor a deficiência como barreira transponível, o objetivo da mostra foi o de valorizar a imagem dessas pessoas e ressaltar suas potencialidades.

Na quinta-feira (08 de junho) os profissionais da i-Social foram convidados a apresentar, durante audiência pública, a palestra “Inclusão socioeconômica da pessoa com deficiência”. A reunião da Comissão de Assuntos Sociais contou com a participação dos senadores Augusto Botelho (PDT-RR) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), além do casal Andrea Schwarz e Jaques Haber, representantes da i-Social. 
Foto da palestra Inclusão socioeconômica 
        da pessoa com deficiência
O emprego e o desemprego de pessoas com deficiência foi o principal tema abordado na palestra. Um levantamento feito pela i-Social mostrou que as empresas, tanto públicas quanto privadas, têm interesse em dar oportunidades a pessoas com deficiência, mas a dificuldade começa com o baixo nível de escolaridade entre essa parcela da população. Segundo as pesquisas realizadas pela consultoria, para as 518 mil vagas de emprego disponíveis, apenas 228 mil candidatos estão preparados para assumí-las. “Os mais jovens, que ainda não entraram no mercado de trabalho, precisam ser capacitados com antecedência”, aconselha Jaques Haber. Andrea chama a atenção para o fato da manutenção do emprego, além da ascenção profissional “na maioria das vezes, quando incluídas, as pessoa com deficiência não são promovidas ou logo tendem a ser demitidas”, diz Andrea, que também é deficiente física.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as pessoas com deficiência somam, hoje, aproximadamente, 25 milhões e encontram-se na faixa etária entre 25 e 44 anos ou acima de 60. Desses, quase 50% são economicamente ativos e apenas12% estão aposentados por invalidez, o que, pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), os impede de trabalhar com carteira assinada. Para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência, os palestrantes ressaltaram a importância do inventimento na educação e das legislações que atendem às essas pessoas, como a lei de quotas para as empresas e a constante fiscalização das Delagacias Regionais do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho.

Na avaliação dos profissionais de inclusão social, o Senado mostra boa vontade e real interesse em ser socialmente responsável e prezar pela acessibilidade, entretanto, precisa de auxílio para concretizar seus projetos, pois ainda reflete o que acontece no mercado de trabalho em geral - a falta de informação. “As pessoas não sabem se relacionar com o deficiente. A falta de informação gera um tratamento inadequado e não um preconceito”, avalia Andréa.

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